Todos encantadoramente horrendos
Performam o medo nos indolentes
Farejam o mal dos tempos
Em campos ineficazes
Fadados a uma busca incessante
Desejam liberdade da demanda
Perderam o mais precioso
O mais belo
O mais incerto
Procuram por procurar
Onze uivos vorazes
Somente um pode terminar
O que mil começaram
Terminam por se destruírem
Ou destroem para terminar
Este um, tutano de mil
Saberá onde a demanda termina
Saberá onde cavar
Saberá onde meter o seu focinho
E encontrará
O que todos juntos não puderam achar
Não falo de lobos
Nem de homens animalizados
Falo do improvável
De indestrutível
Do escamoteado
Cinco uivos vorazes
Está perto do fim
Não há culpa
Nem prazer
Deglutir é necessário
Indivisível
Vasto
Não há filosofia
Nem criação artística
É ato de desespero total
Um uivo voraz
A demanda não terminou
Nem tudo tem começo, meio ou fim
Tudo tem caminho
E caminhar
Nada além de uivos demandados
Nada além de desejos (i)realizáveis
O último uivar é amedrontador
É faminto
A demanda o consumiu
Como se o consumir não fosse um fim
Só resta a origem
E o ato
Ou resto de atos originários
Purgaram a si mesmos
Da forma como se purga a fome
E a fome nos consome
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