dois poemas

para Mário
dois poemas se fundem num
um que insiste em ser verdade
o outro flana realidade
trocas destratam as próprias palavras
verdade e realidade só na poesia podem ser profetizadas
e eu como poeta profetizo a mim na cena da própria sorte
escrever as próprias notas da vida
entre a verdade e a realidade só pode a ficção
de saber que tudo era mentira e agora em vão se transformou
mudanças camaleônicas que todas já previam
que tipo de mentira essa que inculca em si a verdade?
e que verdade é essa que se esconde da própria realidade?